COMUNICADO – A Igreja num País em Crise
Ninguém ignora o sofrimento que a crise atual está a gerar na sociedade portuguesa, tendo em conta o anúncio de mais e maior austeridade.
Ninguém pode ficar indiferente e deixar de dar o seu contributo para minorar o sofrimento de muitas famílias que estão a viver em condições infra-humanas. Não só o contributo material, mas também a disponibilidade pessoal, a dádiva de si mesmo.
Se o Estado não pode demitir-se das responsabilidades que lhe são próprias, também a Igreja – fiéis leigos e hierarquia – tem uma missão específica neste domínio, que lhe foi conferida pelo Sacramento do Batismo, iluminada pela Palavra de Deus e formatada pela sua Doutrina Social.
Para além disso, a Igreja Diocesana de Portalegre – Castelo Branco, está em Caminhada Sinodal, refletindo o seu estado atual e definindo novos caminhos de futuro.
Prepara-se, também, para receber, no decorrer da Assembleia Diocesana a realizar em Cernache do Bonjardim, no dia 20 de outubro próximo, o anúncio do Ano da Fé, convocada pelo Santo Padre Bento XVI, através da Carta Apostólica “Porta fidei”, de 11 de outubro de 2011.
Também, no dia 17 de setembro, em Fátima, a Comissão Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa, tomou uma posiçãopública sobre a missão da Igreja no nosso País, cuja leitura se aconselha. Transcrevemos o preâmbulo:
Missão da Igreja num país em crise
Nota do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa
O momento socioeconómico que Portugal atravessa está a ser difícil para muitos portugueses. A Igreja é sensível ao sofrimento de todos, particularmente dos mais pobres e dos desempregados, independentemente da fé que professam. A Igreja faz parte da sociedade e, com a visão do homem e da vida que lhe é própria, é chamada a contribuir para o bem das pessoas e da comunidade nacional como um todo. A principal resposta da Igreja para o momento atual tem sido dada pelas suas instituições de solidariedade social, como prática ativa da caridade.
Por tudo isto, este é o momento oportuno para, com urgência, sentirmos a necessidade de organizar a pastoral social, em todas as paróquias da Diocese, onde ainda falta organização, com o objetivo de encontrar as melhores respostas, e não só respostas materiais, tendo em conta a multiplicidade de problemas que afetam a vida da generalidade dos cidadãos, com especial incidência nos mais pobres e nos desempregados. [1]
A Cáritas Diocesana de Portalegre – Castelo Branco e o Secretariado Diocesano da Pastoral Social, de acordo com a missão que lhe é própria e aquela que lhe foi conferida pelo nosso Bispo, disponibiliza-se para ajudar a concretizar este objetivo, através de encontros com os grupos paroquiais já existentes, com grupos a organizar pelas paróquias onde não existam, com os párocos em cada arciprestado, com os arciprestes no seu conjunto e em qualquer situação para que seja convocada.
Várias vezes Jesus nos lembrou que o primeiro mandamento é amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a si mesmo (Lc 10, 26-27).
É impossível amar sem ter em consideração os outros. Quando uma pessoa perde a autoestima, o respeito por si mesma, desliza fatalmente para o desmazelo material e a deterioração moral, abandona-se, às vezes de modo lastimável.
Sem consideração pelos outros, não pode haver cuidado, só haverá descuido e desrespeito.
Ninguém se pode demitir.
Para além das atividades descritas no nosso Plano de Atividades, ficamos a aguardar, também, a vossa chamada.
Jesus Cristo conta com todos.
Portalegre, 24 de setembro de 2012
Cáritas Diocesana de Portalegre- Castelo Branco
Elicídio Bilé
(Presidente da Direção)
[1] Ver: “Serviços Paroquias de ação social – para uma cultura da dádiva” da Comissão Episcopal da Pastoral Social