O NATAL DE 2021
Após o bulício das festas de Natal, é tempo de refletir o acontecimento mais extraordinário da história da humanidade e questionarmo-nos sobre a forma como celebrámos o nascimento de Jesus Cristo, neste ano de 2021.
– Quantos lares fizeram a festa sem a presença do aniversariante?
– Quantas famílias ficaram sem festa devido à sua circunstância?
– Quantas pessoas dormiram ao relento, por falta de um abrigo condigno?
– Quantas pessoas migrantes sentiram a falta das suas famílias?
Este Natal, de algum modo, foi também marcado pela Pandemia, com muitos pessoas a sofrer na cama do hospital, rodeados dos cuidados dos profissionais de saúde, que abdicaram da festa com a sua família para salvar vidas nos Hospitais e Centros de Saúde, outras a velar aqueles que nos deixaram vitimados pela doença, enquanto outros embrulhavam e desembrulhavam, avidamente, os presentes que satisfazem as suas efémeras ilusões.
O Natal de Jesus foi simples e humilde. Nasceu pobre entre os pobres, longe da terra de seus pais, sem hospedagem para o seu nascimento, deitado na palha da manjedoura, aquecido pelos animais do estábulo e acarinhado por gente simples e pobre, os pastores. Deste modo, Jesus quis enriquecer-nos com a sua pobreza, rodeado pela Virgem Maria, sua mãe e pelo seu pai adotivo, S. José.
Jesus Maria e José constituem a Sagrada Família e modelo para todas as famílias cristãs. “A primeira de muitas outras famílias santas”, segundo as palavras de São João Paulo II, proferidas na celebração do Ano Internacional da Família, em 1994.
O que falta no nosso tempo, é a aquisição desta consciência de família que necessita ser fortalecida e vivida cristãmente.
Mas, o tempo de Natal é um tempo de esperança e renovação, basta seguir o exemplo de Maria na sua humildade, bondade, amor e entrega de si mesma, sem reservas.
Perante um tempo de tantas mortes causadas pela pandemia da COVID-19, o Natal faz renascer a esperança de uma luz que surge das trevas causadas pelo vírus que ceifou milhares de vidas em todo o mundo.
O Natal faz renascer a esperança de um tempo novo que faça surgir a paz entre os povos e as nações.
Este Natal, marcado por tantas desigualdades sociais, a caridade cristã é a esperança para tantas famílias que estão vitimadas pela vulnerabilidade social. A caridade que transporta o amor de Jesus, o Emanuel, aos corações de toda a humanidade, sobretudo dos mais vulneráveis.
Natal de 2021
Elicídio Bilé
Cáritas Diocesana de Portalegre-Castelo Branco