Abrir horizontes de Esperança
No quotidiano da nossa vida, para muitas pessoas parece que a esperança se eclipsou ou ficou mais longínqua. Vivem o hoje, avidamente, como se o amanhã fosse uma metáfora. A letargia invade-os e paralisa-os. Urge acordar, crer e redescobrir a verdadeira razão para viver.
Outras podem depositar a sua esperança em muitas coisas: no trabalho, na inteligência, na conta bancária, na força interior, etc. Mas todas estas coisas são falíveis, podem mudar com o tempo. Contudo, quando a nossa esperança está em Jesus Cristo, jamais ficaremos frustrados. Ele é o mesmo, ontem, hoje e eternamente!
Ele é o amigo perfeito: nunca nos abandona nem trai a nossa confiança. Quem confia em Deus tem no seu coração uma esperança genuína que jamais será abalada.
Tem isto a ver com a homilia proferida pelo Cardeal D. José Tolentino na celebração da Eucaristia do dia 13 de maio quando afirma em jeito de prece à Virgem de Fátima: “Em especial te rogamos, Senhora de Fátima, para que a crise que vivemos não se torne numa crise da esperança”.
A atual pandemia, diz D. José Tolentino, disseminou sofrimento. “A crise sanitária ativou outras crises, no campo social, na precarização do trabalho, no agravamento das dificuldades económicas, na pobreza que cresce e não só entre os segmentos considerados mais frágeis, na debilitação do campo escolar, na diminuição de presenças nas comunidades cristãs e na incerteza que pesa sobre a vida tantos”.
Nos atendimentos da Cáritas Diocesana tomamos contacto com esta realidade: quantas famílias vivem desesperadas por falta de recursos, ou com recursos escassos; quantas lágrimas rolam pelas suas faces; quanto desânimo e falta de esperança manifestam. Aquilo que nós lhes oferecemos e que tem maior aceitação é, em primeiro lugar, a devolução da esperança, entregue sob a forma de um ouvido que as escuta, de uma palavra que as alenta, da ajuda que lhe prestamos em nome de Jesus Cristo que nos ama.
O tema da peregrinação de maio, “Louvai o Senhor, que levanta os fracos”, fortemente condicionada pela pandemia, é sinal desta confiança e desta esperança que devemos e queremos retomar.
É preciso abrir horizontes de esperança.
Portalegre, 13 de maio de 2021
Elicídio Bilé