O que é um GIAS?
É um grupo de pessoas que se encontram nas mesmas circunstâncias e com os mesmos problemas – nomeadamente em situação de desemprego – que se encontrarão regularmente para partilhar experiências de vida, perdas e medos, competências e boas ideias, com o objetivo de tentar superar as dificuldades associadas à situação de inatividade temporária/desemprego, e de reencontrar e partilhar um caminho de confiança e esperança.
Num GIAS cada pessoa pode servir como modelo de identificação perante os outros e os testemunhos partilhados vão ajudando à caminhada do grupo no seu conjunto e de cada pessoa em particular.
Objetivos:
A ideia fundamental é a de manter ou propiciar às pessoas que se encontram em situação de desemprego a força anímica para procurar uma saída para a sua situação, não descurando a hipótese de criação do seu próprio emprego, para construírem, em comunhão de partilha, o seu próprio caminho galvanizadas com a esperança no seu próprio futuro. Para tal, cada pessoa é convidada a aceitar e partilhar com dignidade as ajudas temporárias.
Capacitar, em última análise, para a construção realista de um percurso passo a passo.
Princípios e estratégias:
A Cáritas propõe para a criação dos Gias os seguintes princípios e estratégias:
a) Promover a dignidade da pessoa;
b) Apoio à pessoa em idade ativa, em situação de desemprego ou em inatividade por circunstâncias de adversidade pessoal e social;
c) Promover o direito ao trabalho, sua dignidade e valorização;
d) Dar voz pública aos invisíveis, combater o anonimato e a vergonha das pessoas em processo de exclusão social;
e) Propor-se como meio de apoio na resolução de situações e circunstâncias pessoais adversas, desenvolver a interajuda;
f) Atender à urgência social na identificação de necessidades sociais e prioridades;
h) Promover o trabalho em rede nas áreas de aconselhamento ao endividamento e sobreendividamento, despistagem e orientação em situações jus-problemáticas, desenvolvimento pessoal e outras que venham a ser identificadas em contexto de animação dos grupos, bem como a formação de animadores.
Público-alvo:
São, prioritariamente, convidadas a participar pessoas em situação de inatividade laboral temporária/desemprego, ou desempregados de longa duração, identificadas a partir de conhecimentos de proximidade, de grupos naturais, ou ainda a partir de redes sociais.
Quem convida deverá fazê-lo sempre sob a tutela de uma instituição que ao formar e reunir um grupo deve, também, garantir um/a animador/a do GIAS para o seu acompanhamento.
Atividades dos GIAS:
a) Partilha de experiência pessoal – A dinâmica será aquela que for proporcionável no e pelo próprio grupo. O animador tem aqui plena consciência da sua responsabilidade deontológica.
b)Desenvolvimento pessoal e solidário dos participantes – valorização de si e da história pessoal, bem como do tempo presente e novas possibilidades
c)Informação útil – partilhada internamente ou solicitada externamente. O animador deverá ter ao seu dispor elementos que lhe permitam o exercício desta prerrogativa ou então a instituição promotora dos GIAS deverá proporcionar o necessário apoio para este fim.
d)Encaminhamento – o animador deverá ter ao seu dispor elementos que lhe permitam o exercício desta prerrogativa ou então a instituição promotora dos GIAS deverá proporcionar o necessário apoio para este fim. Os encaminhamentos devem ser eficazes.
Funcionamento dos GIAS
O princípio orientador é o de apelo à diversidade e flexibilidade no que concerne à escolha dos locais de reunião/entidades promotoras e de acolhimento; contudo, a proximidade (geográfica e ambiental, no sentido social do termo, pois ninguém deverá, à partida, sentir-se constrangido pelo local onde ocorrerão os encontros) é a regra básica para a localização do local de encontro dos membros do grupo.
Exigir-se-á, portanto, o envolvimento da comunidade e da rede social de proximidade.