QUANDO REZA, REZA EM QUE LÍNGUA?
Esta é uma questão que o Serviço Jesuíta aos Refugiados – JRS Portugal, coloca a cada um dos Cristãos mo momento em que celebramos o 107.º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado. Também nos questiona se, “quando se passa uma fronteira, a pessoa torna-se menos digna?”. Esta e outras interpelações são feitas pelo Papa Francisco na Carta Encíclica Fratelli Tutti, com diversas formulações.
O Secretariado Diocesano da Mobilidade Humana, confiado à Cáritas Diocesana da nossa Diocese, não podia deixar de assinalar este Dia Mundial do Migrante e do Refugiado que, desde 1914 é celebrado todos os anos no último domingo de setembro. Este ano de 2021 foi celebrado no passado domingo dia 26 de setembro, sob o título atribuído pelo Santo Padre – Rumo a um “nós” cada vez maior.
Esta celebração é uma oportunidade: para expressar a nossa preocupação pela diversidade de pessoas vulneráveis que se deslocam; para rezar por elas, dado que enfrentam muitos desafios; e para aumentar a sensibilização acerca das oportunidades proporcionadas pelas migrações.
O Papa Francisco, na mensagem que dirigiu ao Mundo e à Igreja, em particular, começa por referir a preocupação e o desejo manifestados na carta Encíclica Fratelli Tutti: «Passada a crise sanitária, a pior reação seria cair ainda mais num consumismo febril e em novas formas de autoproteção egoísta. No fim, oxalá já não existam “os outros”, mas apenas um “nós”» (n. 35). E a terminar a mensagem, refere: «A todos os homens e mulheres da terra, peço que empreguem bem os dons que o Senhor nos confiou para conservar e tornar ainda mais bela a sua criação. “Um homem nobre partiu para uma região longínqua, a fim de tomar posse de um reino e em seguida voltar. Chamando dez dos seus servos, entregou-lhes dez minas e disse-lhes: “Fazei render a mina até que eu volte” (Lc 19, 12-13). O Senhor pedir-nos-á contas das nossas obras! Mas, para assegurar o justo cuidado à nossa Casa comum, devemos constituir-nos num nós cada vez maior, cada vez mais corresponsável, na forte convicção de que todo o bem feito ao mundo é feito às gerações presentes e futuras. Trata-se dum compromisso pessoal e coletivo, que se ocupa de todos os irmãos e irmãs que continuarão a sofrer enquanto procuramos realizar um desenvolvimento mais sustentável, equilibrado e inclusivo. Um compromisso que não faz distinção entre autóctones e estrangeiros, entre residentes e hóspedes, porque se trata dum tesouro comum, de cujo cuidado e de cujos benefícios ninguém deve ficar excluído».
O Serviço Jesuíta aos Refugiados – JRS Portugal – lançou uma campanha de sensibilização inspirada na mensagem do Papa e na Encíclica Fratelli Tutti, maioritariamente digital. Esta campanha decorre entre 26 de setembro e 4 de outubro com várias publicações com mensagens positivas de aceitação cultural e religiosa independentemente do país de origem, de como expressa a sua fé, se é crente ou não, etc., indo ao encontro do apelo do Papa Francisco sobre a importância de um diálogo inter-religioso e de ir “Rumo a um nós cada vez maior”.
Toda a documentação produzida estará no site oficial da JRS Portugal – www.jrsportugal.pt / jrs@jrsportugal.pt e da OCPM www.ecclesia.pt ocpm@ecclesia.pt
O Secretariado Diocesano da Pastoral Social e da Mobilidade Humana da Diocese de Portalegre – Castelo Branco, através dos Serviços da Cáritas Diocesana e do CLAIM – Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes tem canalizado a sua ação para as respostas às problemáticas destas comunidades facultando informação, o ensino da língua, apoio à legalização, à instalação e entrega de bens para o recheio das habitações, e prestando ajudas de emergência.
Na Cáritas Diocesana temos como preocupação imediata a vinda de refugiados para o nosso País e, eventualmente para a nossa Diocese, provenientes do Afeganistão. Neste sentido apelamos às famílias e instituições da nossa Diocese que tenham condições para acolher estes refugiados e o queiram fazer, que façam a inscrição para Instituição Anfitriã (https://www.refugiados.pt/quero-ser-instituicao-anfitria/ através do formulário de voluntariado cívico (https://www.refugiados.pt/voluntariado/ e nos deem conhecimento disso.
As pessoas em movimento, os migrantes e refugiados, têm esperança de obter um futuro melhor e uma vida tranquila. É responsabilidade de todos e de cada um de nós, criar um mundo mais seguro onde todos se possam sentir livres e iguais em oportunidades, um mundo mais inclusivo, “a fim de construirmos em conjunto o nosso futuro de justiça e paz, tendo o cuidado de ninguém ficar excluído” (Papa Francisco – Mensagem para o DMMR – 2021)
Elicídio Bilé
Secretariado Diocesano da Pastoral Social e da Mobilidade Humana