“Direitos Humanos no século XXI – momento de regressão ou de viragem?”
A Associação Cultural Periferias, no âmbito da quarta edição do Periferias Festival Internacional de Cinema de Marvão, sobre Direitos Humanos, apresenta, de 16 a 21 de Agosto, em Marvão, no distrito de Portalegre, e Valência de Alcântara, na província espanhola de Cáceres, sob o lema Cinema entre Culturas – Cooperação Transfronteiriça, obras de realizadores dos dois países vizinhos e de outros realizadores. {phocagallery view=category|categoryid=1|imageid=125|detail=1}
Assim, a convite da Directora do Periferias Festival Internacional de Cinema de Marvão, Dra Paula Duque, a Cáritas Diocesana de Portalegre – Castelo Branco acompanhada pelos Refugiados que Acolhe, há já alguns anos, assistiu, durante a tarde, de ontem, dia 17 de Agosto, no Centro Cultural de Marvão, à exibição do Filme “Água Prateada – Um Auto-Retrato da Síria”, de Ossama Mohammed, que dá a conhecer a dura realidade vivida naquele cenário de guerra a partir de testemunhos recolhidos por quem vive no terreno.
Sobre o filme, gostaríamos de sublinhar, que, mesmo no meio das grandes catástrofes e das maiores atrocidades, o Amor e a Esperança são cruciais, dão-nos força e funcionam como água que purifica, em cada momento, transformando as periferias mais escuras em poesia perfumada pelas mais belas cores do arco-íris.
Como anunciado no programa, este filme serviu de mote a uma mesa redonda onde se debateu o tema “Direitos Humanos no século XXI – momento de regressão ou de viragem?”
Foi moderado pelo Dr João Matela e contou com a participação de representantes da Amnistia Internacional, da Cáritas Diocesana de Portalegre – Castelo Branco, do Senhor Presidente da Câmara Municipal de Marvão, do Dr. Pedro Graça e da Directora do Festival.
Relativamente à presença da Cáritas Diocesana, permitiu, embora, muito resumidamente, explicar quem são estas pessoas refugiadas, o que procuram e do que precisam; frisar que os recuos são notórios e diários, muito concretamente, se não existissem, estas pessoas refugiadas que caminham pelo mundo e as que se encontram nesta sala, estariam, seguramente, nos seus países.
Em matéria de avanços, embora ténues, também se verificam, e, hoje, é impossível não falarmos da Equipa Olímpica de Atletas Refugiados, pois, foi criada pela primeira vez pelo Comité Olímpico Internacional para os Jogos Olímpicos de 2016.
São 10 atletas, vindos da Síria, Etiópia, Sudão do Sul e da Rep. Dem. Congo. Muitos passaram grande parte da vida em campos de refugiados, onde descobriram o seu valor no desporto, hoje, fugindo da violência dos seus países, são refugiados na Bélgica, Alemanha e no Quénia e, apesar das adversidades anteriores, vão representar mais de 21 milhões de refugiados em todo o mundo, com uma particularidade muito especial, todos eles têm um país de origem, falta-lhes a bandeira sob a qual possam ficar, por isso, a sua bandeira será a bandeira dos Jogos Olímpicos e será hasteada quando subirem ao pódio e durante 16 dias e é por ela que todos se baterão. {phocagallery view=category|categoryid=1|imageid=126|detail=1}
A participação destes Atletas nos Jogos Olímpicos é, sem dúvida, um momento de viragem, um tributo à coragem e à perseverança de todos os refugiados no ultrapassar da adversidade e na construção de um futuro melhor, para todos.
Em suma, com a intervenção da Cáritas procurámos dizer que estamos atentos, presentes, disponíveis a Acolher, e, que, sem medo, somos a Igreja em saída que o Papa Francisco quer e de que tanto fala, ao encontro destes Irmãos que são Pessoas como tu, como eu, como nós e que merecem ser tratados com muito respeito e com toda a dignidade.
Tendo em atenção o tema do debate, num momento em que se assiste, praticamente, no Mundo inteiro, à sistemática violação dos Direitos Humanos, e, porque na região escasseiam momentos e coragem para abordar estas novas formas de escravatura, a Cáritas Diocesana agradece o convite, pois, é sempre bom, quando temos a possibilidade de alertar e sensibilizar as pessoas para as situações que passam e moram ao nosso lado e, perante as quais, permanecemos indiferentes.
Queremos felicitar a organização pela preocupação em trazer a Marvão, através da mostra de cinema entre culturas, exposições, debates, etc… numa articulação perfeita de Cooperação Transfronteiriça, um tema tão importante, como os Direitos Humanos, e, que, por vezes, parece erradamente, relegado para segundo plano e quantas vezes, simplesmente, tão ignorado.
Por fim, desejar os maiores êxitos futuros e que o trabalho da Associação Periferias continue a despertar as mentes mais adormecidas para toda esta problemática e que ajude a encontrar as soluções mais rápidas, eficientes e humanizadas que conduzirão ao respeito pelos Direitos Humanos.
Cáritas Diocesana de Portalegre Castelo Branco/Secretariado Diocesano da Mobilidade Humana
Acolhimento/Integração Refugiados e Migrantes