Conclusões do Conselho Geral da Cáritas
{phocagallery view=category|categoryid=1|imageid=93}Comprometidos com o Ministério da Igreja ao Serviço dos pobres e mais vulneráveis, reuniu em Fátima, nos dias 21 e 22 de novembro de 2015, o Conselho Geral da Cáritas Portuguesa, composto pelas 20 Cáritas Diocesanas.
Os trabalhos foram coordenados pelo Secretário da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana.
Durante a sessão de abertura, Eugénio Fonseca destacou os desafios que a Cáritas enfrenta.
A poucos dias de se iniciar o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, somos confrontados com violência que nos desafia a dar sinais de paz e de acolhimento. O drama das pessoas perseguidas, em particular dos refugiados, interpela todas as Cáritas. O Conselho expressa a sua solidariedade para com aqueles que fogem da guerra e procuram refúgio longe de casa, seja na Europa ou noutro canto do mundo. Apela à paz e, em consonância com os Bispos de Portugal, compromete-se a promover ações transformadoras, quer no acolhimento fraterno, quer nas comunidades que estão na linha da frente, em nome das “raízes humanas e cristãs da Europa”, porque, como foi referido diversas vezes ao longo destes dias, “Ser Cáritas não é estarmos com os outros, porque também nós somos o outro de alguém”.16:43:38
As Cáritas Diocesanas presentes, em sintonia com o Papa Francisco, defendem o Rosto Humano da Ecologia, e apelam à responsabilidade moral das decisões que se vão tomar no futuro acordo mundial sobre as alterações climáticas, na COP21 de Paris, em dezembro próximo. Uma ecologia integral ancorada nos Direitos Humanos inclui a busca do bem comum e uma opção preferencial pelos mais pobres.
O Conselho demonstra a sua preocupação com a atual situação política do país, apelando a soluções que tenham em conta o bem comum e as necessidades das pessoas que mais sofreram nos últimos quatro anos de grave austeridade. A Cáritas considera que qualquer solução deve passar por uma estratégia nacional para a erradicação da pobreza e, por isso, assume que necessita de incrementar os seus esforços indo além da assistência e assumindo compromissos transformadores e promotores da dignidade humana.
Seguindo a ordem de trabalhos, a primeira sessão foi destinada a uma reflexão sobre o plano estratégico da Cáritas em Portugal 2014-2016. Além do ponto de situação, o Conselho iniciou a reflexão que irá levar à construção de um novo plano estratégico 2017-2020. Este processo será marcado pelo novo Plano Estratégico da Caritas Internationalis – uma só família humana, cuidar da criação – e levará em conta elementos como a identidade, a influência pública (advocacy), a resposta às necessidades dos mais frágeis, o reforço da organização e da rede Cáritas, bem como a continuação dos processos de capacitação das comunidades paroquiais, tal como o Papa Francisco pediu “a Caritas […] deve procurar maior expansão nas diferentes paróquias e comunidades, para renovar aquilo que aconteceu nos primeiros tempos da Igreja” . O Conselho aprovou o modelo de construção do relatório da Cáritas em Portugal.
O Conselho Geral aprovou o plano e o orçamento para 2016, saudando as alterações seguidas rumo a uma maior transparência e eficiência na aplicação de recursos.
O coordenador nacional da Operação “10 Milhões de Estrelas – Um Gesto Pela Paz”, Pe. Eduardo Novo, apresentou as dinâmicas previstas para este ano, nomeadamente um maior envolvimento de jovens na dinamização de atividades. A presença do Corpo Nacional de Escutas nesta sessão permitiu que, no próximo ano, estejam previstas ações conjuntas como a cerimónia da Luz da Paz. Os presentes ressaltaram a importância dos valores subjacentes a esta Operação particularmente num momento em que a Paz mais necessita de ser defendida e promovida.
O Conselho apreciou o trabalho realizado pela Editorial Cáritas, que pretende ser uma “aliança do pensar e do fazer”, de acordo com o Pensamento Social Cristão.
Os trabalhos encerraram com a celebração da Luz da Paz, inserida na Eucaristia que se realizou na Basílica da Santíssima Trindade. Foi presidida por D. José Traquina, Bispo Auxiliar de Lisboa e vogal da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, com a responsabilidade de acompanhar a Cáritas. (Homilia aqui)
O Conselho Geral tomou conhecimento, na manhã de sábado, da nomeação de D. Nuno Almeida, do presbitério de Viseu, para Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Braga. Evocou também a recente nomeação de D. João Lavrador para Bispo Coadjutor da Diocese de Angra e a nomeação, ordenação e tomada de posse de D. José Ornelas como Bispo da Diocese de Setúbal.
O Conselho expressa a sua gratidão ao Presidente cessante da Caritas Internationalis – Cardeal Óscar Rodriguez Maradiaga – pela dedicação incansável com que liderou a confederação nos últimos oito anos e saúda o novo Presidente – Cardeal Luis Antonio Tagle – que agora inicia a sua missão, disponibilizando-se para cumprir com o desiderato de sermos uma só família humana.
O Jubileu Extraordinário da Misericórdia oferece à Cáritas uma oportunidade de renovar e intensificar-se como testemunha do amor e da inclusão por todos, em particular os “descartados” e esquecidos. Esta foi aliás a marca do Beato Óscar Romero, o novo patrono da Cáritas, que soube viver a misericórdia ao ver o rosto de Cristo nos mais pobres.