Bispo Diocesano, D. Antonino Dias dirige mensagem às misericordias
D. Antonino Dias está contra o uso das instituições com outros fins e diz que a sua razão de ser “são os pobres”.
O Bispo de Portalegre e Castelo Branco disse que as misericórdias não são associações como as outras e que por isso não podem estar sujeitas a jogos de poder, com outros interesses em vista. A mensagem foi deixada em Castelo Branco, na posse dos órgãos sociais da Santa Casa da Misericórdia, mas os destinatários são todos os irmãos da diocese. Portalegre e Castelo Branco tem 39 misericórdias “e temos tido problemas sérios quando se trata das eleições, porque muitos irmãos não conhecem os estatutos e ignoram muito o que significa ser irmão”, disse o bispo da diocese.
“Não somos uma associação qualquer. Não somos sócios de uma associação. Somos irmãos de uma irmandade e unidos pela fé e por aquilo que é uma consequência da fé, que é fazer o bem sem olhar a quem”, disse D. Antonino Dias, que sente não haver preocupação geral em conhecer os estatutos nem no que é ser irmão. “Dá-se o nome, paga-se a quota porque dá direito ao voto e não há consciência do que significa isto”.
O Bispo de Portalegre e Castelo Branco foi mais longe e, em jeito de desabafo, disse que gostaria que não existissem tantos problemas na altura das eleições. Por vezes “dá a impressão que as misericórdias são assim uma espécie de trampolim para o poder”.
D. Antonino Dias realçou ainda que a razão de ser destas irmandades “são os pobres” e que é preciso ajudar quem necessita sem espetáculos. “Às vezes dá nome sentar o pobre à mesa mas é muito mais difícil sentarmo-nos à mesa do pobre e perceber as suas necessidades”.