Apresentação Pública da Rede de Apoio Mútuo das Cáritas Diocesanas da Raia
A Cáritas Diocesana de Portalegre – Castelo Branco, numa sessão pública que decorreu no Auditório do Centro de Formação Profissional, em Portalegre, no dia 29 de Outubro, entre as 9,30 e as 13 horas, presidida pelo Senhor Bispo, D. Antonino Dias, foi apresentada a Rede de Apoio Mútuo das Cáritas Diocesanas Da Raia, o Estudo socio-laboral e da Mobilidade na Raia e o Mapa de Recursos da rede Transfronteiriça.{phocagallery view=category|categoryid=7|imageid=22}
Após uma breve oração, o Senhor Bispo fez a leitura de um texto do Papa Francisco, adequado aos trabalhos que se seguiriam. O senhor D. Antonino dirigiu palavras de boas vindas aos cerca de noventa participantes e congratulou-se pela diferenciada representatividade das Instituições ali representadas pelos seus dirigentes: Segurança Social; Autarquias, Direção Regional de Educação; Instituto Politécnico e as diversas escolas, Escola de Hotelaria e Turismo; Universidade da Estremadura Espanhola; Delegações Regionais do IEFP, Alentejo e Região Centro; Centros de Emprego e Formação Profissional de Portalegre e de Castelo Branco; Redes Sociais de Portalegre e de Castelo Branco; Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo; Plataforma Supraconcelhia do Alto Alentejo; Comandos da PSP e da GNR; Associações Empresariais do Comércio, da Agricultura e Indústria; empresas da região; as Centrais Sindicais da UGT e CGTP e alguns sindicatos; Alunos do Ensino Superior, do Centro de Formação Profissional e da Escola de Hotelaria e Turismo; Voluntários e colaboradores da Cáritas Diocesana e de algumas Cáritas Paroquiais.
Elicídio Bilé, Presidente da Cáritas Diocesana, na apresentação da Rede, descreveu o percurso da mesma, a sua conceção, os objetivos e os princípios, referindo que, nos primeiros meses de 2012, sete Cáritas Diocesanas da Raia entre o Alentejo, incluindo Castelo Branco, e a Extremadura Espanhola (Portalegre-Castelo Branco, Évora e Beja, Ciudad Rodrigo, Salamanca, Cória-Cáceres e Mérida-Badajoz) se uniram para desenvolver um projeto de cooperação transfronteiriça denominado: Rede de Apoio Mútuo das Cáritas Diocesanas da Raia. Este projeto teve por base uma constatação: os tempos de dificuldade que vivemos; o crescimento da pobreza e do desemprego, a desertificação humana e o envelhecimento da população começando a instalar-se o desânimo e a perda da esperança.
Acrescentou que as Instituições do 3.º sector – o sector social, procuram respostas que contribuam para minorar o sofrimento das famílias. Todas com enorme dedicação usando os meios de que dispõem mas, muitas vezes de forma isolada, perdendo recursos para a ação e eficácia nos resultados.
A Cáritas Diocesana refletindo sobre esta situação e sobre o seu modelo organizativo, iniciou, à luz da Doutrina Social da Igreja, um processo de adaptação à realidade que se nos apresenta, colocando-se cada vez mais próxima daqueles que sofrem, estabelecendo parcerias com Instituições públicas e privadas, numa perspetiva de subsidiariedade e no respeito pela identidade e cada uma, inovando nos métodos de ação e na diversidade de respostas que promovam aqueles que vivem na margem da dignidade.
Em muitos casos, a resposta fica-se, pelos aspetos assistenciais, que são necessários, mas deixam-se outros campos de ação, sobretudo a promoção e o desenvolvimento pessoal e social das pessoas e das famílias que se pretendem ajudar.
Assim, nos primeiros meses de 2012, as sete Cáritas Diocesanas da Raia: Portalegre-Castelo Branco; Évora, Ciudad Rodrigo, Salamanca, Cória-Cáceres e Mérida-Badajoz, uniram-se para desenvolver este projeto de cooperação transfronteiriça.
No início de 2013, a Rede começou a desenvolver um projeto aprovado pelo Fundo Social Europeu, no âmbito do Programa Operativo de Cooperação Transfronteiriça, no qual se incluem: Um Estudo da realidade sócio laboral e da mobilidade na Raia; Um Mapa de Recursos da Rede; Um programa de intercâmbio e formação dirigido às Cáritas Diocesanas.
Para melhor serem atingidos os objetivos a que se propuseram, foram estabelecidas parcerias: Com a Universidade da Estremadura para a realização do estudo; Com o IEFP – Instituto de Emprego Formação Profissional para a elaboração do Mapa de Recursos.
Foram, depois, apresentados: o Estudo sócio laboral e da mobilidade na raia, pelo Professor Carlos Díaz Claro, que integrou a equipa de investigadores, da Universidade da Estremadura; o Mapa de Recursos da Rede transfronteiriça, plataforma informática disponível em: www.empregonaraia.org, pelo Eng. Luís Mamão, colaborador da Cáritas Diocesana.
Seguiu-se um amplo e enriquecedor debate com as seguintes conclusões:
– As condições de vida das famílias desta região da raia são piores que as médias nacionais;
– As sete dioceses contempladas no estudo caracterizam-se por um elevado índice de envelhecimento;
– A taxa de atividade tem sido muito afetada pela atual crise económica;
– O desemprego de longa duração, o desemprego feminino e juvenil constituem os problemas mais difíceis relacionados com o emprego;
– Os sectores de atividade que mais facilmente poderão ser geradores de emprego são: o sector primário (agricultura, criação de gado e silvicultura); o sector dos serviços (comércio, hotelaria, restauração e bares), também ocupações relacionadas com os serviços pessoais (apoio domiciliário, cuidadores de idosos e pessoas com deficiência, atividades relacionadas com pequenas e médias reparações).
– A mobilidade tem algumas dificuldades para a sua aceitação: os custos diretos e indiretos, os custos de mudança e os custos psicológicos; o idioma, sobretudo na zona espanhola da raia.
Foram também feitas algumas sugestões/recomendações:
– Esta rede de apoio deve converter-se numa rede de informação e comunicação;
– As ações de formação deveriam ser concebidas para melhorar a qualidade dos trabalhadores do sector de hotelaria, às pessoas que se dedicam aos cuidados socio-sanitários, tanto nos domicílios como nas Instituições e, no sector agroalimentar, a qualificação da mão-de-obra não especializada, em mão-de-obra especializada;
– O desenvolvimento de ações de formação em empreendedorismo e autoemprego, sobretudo destinada aos jovens;
– Criação de cooperativas.
Foi referido com muita insistência a necessidade de semear esperança nas famílias e pessoas vitimadas pela situação económica, política e social que vivemos.
No final desta sessão de apresentação da Rede, várias Instituições, quer públicas, quer privadas manifestaram a intenção de integrar esta plataforma informática, através de protocolos a realizar em a Cáritas Diocesana.
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