Portalegre – Desenvolvimento Adiado?
A Cáritas Diocesana de Portalegre – Castelo Branco, em comunhão com o senhor Bispo – D. Antonino Dias, manifesta preocupação e está atenta à situação gerada pelos diversos despedimentos que se têm verificado na nossa Região e que culminaram com o encerramento da Empresa DELPHI em Ponte de Sor.
A Cáritas Diocesana de Portalegre – Castelo Branco, em comunhão com o senhor Bispo – D. Antonino Dias, manifesta preocupação e está atenta à situação gerada pelos diversos despedimentos que se têm verificado na nossa Região e que culminaram com o encerramento da Empresa DELPHI em Ponte de Sor.
Repercurssões na Imprensa:
A Cáritas Diocesana de Portalegre está de braços abertos e empenhada para tentar "dar a volta" à situação de despedimento colectivo que se abateu sobre a Delphi de Ponte de Sor.
O presidente Elicídio Bilé revelou ao nosso jornal que, na sexta-feira, reuniu com a União de Sindicatos do Norte Alentejano para "analisar o problema" e que junto da comissão de trabalhadores "já manifestámos a vontade e vamos marcar uma reunião". Segundo avançou, "o ideal seria a conjugação de esforços de todas as forças vivas da sociedade civil para que possamos estar disponíveis para ajudar".
A Igreja vai ajudar os 430 trabalhadores da Delphi de Ponte de Sor que serão despedidos no final do ano. Roupas, alimentos e dinheiro são algumas das formas de apoio encontradas pela Cáritas Diocesana de Portalegre para minimizar os problemas causados pela falta de trabalho.
Para conhecer a realidade da Delphi de Ponte de Sor, Elicídio Bilé, presidente da Cáritas de Portalegre reuniu-se na sexta-feira com a USNA. "Temos vindo a acompanhar a evolução da situação e a partir do momento em que se definiu que se caminharia para um despedimento colectivo que receávamos, ficámos preocupados por várias razões", confessou ao nosso jornal o presidente da Cáritas, acrescentando que ao despedimento colectivo da Subercentro, também em Ponte de Sor, acresce agora o encerramento da Delphi.
"O concelho já estava depauperado e agora com esta perspectiva de 436 novos desempregados em Ponte de Sor vai provocar uma crise social, humana e familiar naquela região. Toda a economia vai ser profundamente afectada, porque com o encerramento desses postos de trabalho, a falta de rendimentos por parte das famílias vai acontecer que vão afectar também o comércio local", lamentou Elicídio Bilé.
De registar que com o fecho da Delphi de Ponte de Sor também os concelhos de Avis e Sousel ficam afectados, pois alguns dos trabalhadores são naturais destas localidades.
Perante este cenário "não podíamos ficar de braços cruzados", adiantou o presidente da Cáritas, vincando que "não podemos intervir directamente evitando o despedimento colectivo, nem na colocação destes trabalhadores que ficam agora desempregados, mas podemos, solidariamente, não só com as famílias, mas também com os agentes económicos locais, com os sindicatos e com os trabalhadores tentar encontrar formas para tentar minimizar os efeitos deste despedimento".
Numa primeira fase, e após uma conversa com o Bispo da Diocese, foi decidido reunir com os sindicatos e com a comissão de trabalhadores, com vista a "perceber-mos a dimensão do problema e conhecermos a realidade dos trabalhadores que vão ficar desempregados".
Posteriormente, a Cáritas de Portalegre reunirá com o Nerpor com vista a saber o que é que os empresários da região poderão fazer desenvolver junto das diversas organizações nacionais de forma a captar investimento para esta região. O objectivo, de acordo com Elicídio Bilé será "absorver o maior número de trabalhadores possível".
Sem esquecer que o presidente da Câmara de Ponte de Sor "está empenhadíssimo" para conseguir captar novos investimentos para a região, o presidente da Cáritas fez questão de referir que "estamos a tentar mobilizar todas as forças vivas da região, no sentido de poder-mos, em conjunto, tentar alguma coisa para ajudar as famílias".
Para além da tentativa de captar investimentos, a Cáritas de Portalegre está à disposição dos trabalhadores e das famílias "para ouvirmos as suas necessidades e não permitirmos que percam até a esperança, porque muitos estão numa idade em que é já complicado conseguir emprego a médio prazo", explicou Elicídio Bilé.
Para além da verba constituída em fundo na renúncia quaresmal deste ano, a Cáritas de Portalegre pretende ajudar os cerca de 400 trabalhadores da Delphi de Ponte de Sor com a sua Loja Solidária. No entanto, o presidente revelou que "onde temos um papel decisivo é que estamos na disponibilidade de ouvir estes novos pobres para que encontrem alguém que possa escutar os seus problemas, angústias e motivações para tentar sair da crise".
Com vista a "devolver alguma esperança" a estes trabalhadores, Elicídio Bilé confessou que uma outra forma de ajuda será através do micro-crédito. "É uma via para que as pessoas consigam um pequeno crédito para começarem a actividade. Ajudamos na construção do projecto, no seu desenvolvimento após aprovação e no acompanhamento para que tenha êxito", explicou.
“Eu penso que é um descalabro para aquela zona. Temos que ser solidários e é pena que não existam outras perspectivas de inserção para aquelas pessoas”, afirmou D. Antonino Dias, em declarações à agência Lusa.
O prelado mostrou-se igualmente “preocupado” com o futuro da Delphi em Castelo Branco.
“Eu só espero que essa fábrica não sofra também, porque pertence ao mesmo grupo”, declarou.
D. Antonino Dias mostrou-se também “impressionado” com o número de desempregados que o Concelho de Ponte Sor apresenta e garantiu que se vai reunir com várias entidades para tentar “ajudar” a “minimizar” os problemas causados pelo desemprego naquela região.
Em declarações à Lusa, o presidente da Caritas, Elicidio Bilé, começou por explicar que o primeiro passo que vai ser dado passa por solicitar uma reunião com a comissão de trabalhadores e com a União de Sindicatos do Norte Alentejano (USNA).
“Esse é o primeiro passo para que nós possamos dizer que estamos no terreno para ajudar e também para termos um conhecimento real da situação”, disse.
De acordo com o responsável, a ajuda poderá passar pelo fornecimento de alimentos, roupas e “até de algum dinheiro” em “certas e determinadas situações” em que se justifique essa medida.
Nesse ano, quando do anúncio da decisão de encerramento da fábrica, entidades sindicais e administração acordaram um valor de 2,3 salários por cada ano de trabalho, em termos de indemnização.
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